Come in! You may stay with me!

É um prazer enorme ter alguém compartilhando do que penso e escrevo, como se estivesse, realmente, num "divan". A propósito, esta é a foto do divã usado por Freud, em seu trabalho de psicanálise. Ao deitar-se, sem se distrair com a presença visível do analista, o analisando tem uma experiência emocional diferente, concentrando-se muito mais profundamente.


Quem me seguir, me fará companhia! E é sempre bom ter alguém por perto...

Obrigada! Venha sempre que quiser. Ainda estou começando...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Amor Perfeito


“Eu não vou saber me acostumar, sem sua mão pra me acalmar, sem seu olhar pra me entender, sem seu carinho, amor, sem você. Vem me tirar da solidão, fazer feliz meu coração...”

Esse é um trecho da canção “Amor Perfeito”, do eterno rei, quer gostem, quer não, Roberto Carlos, o romântico de todos os tempos. Eu estava em meu carro e ouvia essa música, quando fui invadida por uma tristeza infinda. E comecei a me lembrar do que acabara de se passar comigo. Eu havia ido a uma consulta médica num Hospital e ao chegar, ainda lá estavam alguns pacientes, aguardando atendimento. Havia um senhor numa cadeira de rodas, acompanhado de uma enfermeira, uma senhora sentada numa das poucas cadeiras disponíveis, eu e um homem também de pé. Nesse exato momento, dois médicos chamaram pelos próximos clientes e eu, a enfermeira e o homem, que não posso chamar de senhor por ser bastante jovial, nos sentamos. O senhor fez uma brincadeira qualquer com sua enfermeira que sorriu e logo começou a conversar comigo. Perguntou-me se eu conhecia o médico e eu lhes disse o que sabia a respeito do mesmo, comentando que jamais vou a um profissional, sem uma indicação. Ela falou também sobre a oftalmologista com quem o senhor se consultara e eu fui logo indicando a minha, que também atende no mesmo hospital. O fulano olhava e sorria, ao que eu retribuía. Mas, quando ele me pediu que repetisse o nome da médica, já com uma caneta e um cartão em mãos para anotar e eu lhe perguntei se também estava precisando desses cuidados, é que fiquei sabendo que ele era filho do tal senhor. Mas em nada se pareciam... O pai era bem moreno e ele, com a tez bem clara, cabelos pretos e um lindo par de olhos azuis... A enfermeira disse que ele era como a mãe. Calado, se limitava a sorrir e a ouvir, enquanto nós outros três tagarelávamos. O médico chamou o senhor pelo nome e eles entraram no consultório. Eu me deixei ficar ali, pensando naquele rosto que me lembrava muito o do ator Paul Rudd, protagonista do filme “Razão do meu afeto”. Quando saíram, pararam para dizer o que acharam do médico e, a seguir, o filho pediu um táxi próprio para cadeirante, pelo celular. Eu ainda perguntei se moravam próximo dali e foi ele quem me respondeu que sim, que moravam na Tijuca. Despediram-se e seguiram em direção à saída, para aguardar o táxi. Novamente, me deixei ficar ali sentada, pensando em como teria agido em outros tempos e lamentando não ter tido a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o dono daqueles olhos azuis. O médico ainda atendeu a um caso de emergência, antes de me chamar. Depois de atendida, me dirigi a uma cafeteria que há, lá num cantinho do pátio do hospital, e pedi um mate. Terminando, fui em direção à porta e percebi que um senhor me olhava atentamente e continuou a fazê-lo, enquanto eu deixava a cafeteria. Ele chegou a sair, com um cigarro na mão, e me olhava, enquanto eu seguia para o meu carro. Entrei e deixei o hospital. Foi quando ouvi a música citada e fui invadida por uma enorme onda de tristeza. E eu me perguntava porquê? Sentia falta de determinada pessoa? Gostaria que um dos meus muitos amores ali estivesse, naquele momento? Mas, não! Eu sentia falta de amar! Eu sentia falta do sentimento amor e de tudo de bom que ele encerra em si mesmo. Sentia falta do pacote que ele nos traz. Há um ano e meio que eu só saio para ir a médico, dentista, Bancos e supermercado... E sempre com o tempo muito contado, quase exíguo. Não há como conhecer alguém desse jeito. Mas hoje, por duas vezes eu me percebi viva e, ao ouvir a música, eu soube que eu precisava voltar a amar, voltar a ter alguém a quem pudesse dizer “vem me tirar da solidão, fazer feliz meu coração...”! O amor nos dá uma outra qualidade de sobrevida! Há dois anos sozinha, eu achava que outras formas de amor iriam preencher essa lacuna, mas me enganei e muito! Cheguei até a escrever sobre isso. No entanto, hoje, depois do que aconteceu por duas vezes comigo no hospital, eu entendia que teria que assumir, como antes, a exemplo de Roberto Freire, que “só acho suportável viver quando estou amando”!

Recomeçando...


Rio de Janeiro, 06 de Janeiro de 2012

As festas de final de ano terminaram, com o Natal e o Ano Novo intensamente vividos!

Aos poucos, a vida vai voltando ao normal, embora muitos ainda estejam ausentes de suas casas... Provavelmente, gozando de merecidas férias, aproveitando e fazendo-as coincidir com as férias escolares. Ainda falta um pouco para que todos estejam de volta à sua rotina... Talvez, voltar a escrever neste momento ainda deixe de ser a melhor escolha. Mas estou decidida a tentar. Aos que me incentivam, lendo os meus textos, eu agradeço muito e, é exatamente pensando nesse grupo de pessoas, que me animo em voltar a escrever. Espero que, a partir deste ano, eu possa começar a conhecer aqueles que visitam o meu blog e dedicam um pouco de seu tempo na leitura do que escrevo. Espero, também, que comecem a comentar o que acham a respeito do que estão lendo. Gostaria muito de ver o número de “seguidores” aumentando...

Confesso que estou ansiosa para ver o desenrolar desses detalhes, durante este ano. Comecei com o meu blog, em meados de agosto do ano que terminou e me surpreendi com as estatísticas, a respeito do acesso. Mas ainda sinto falta de um contato maior com os que se identificam com o que escrevo... Sei que, de vez em quando, “bato na mesma tecla”! Mas é porque não há retorno ao que venho pedindo... Bem, vamos ver como será durante este novo ano! Eu tenho dito que o ano é novo, mas a vida é a de sempre: com todos os afazeres, compromissos, preocupações e responsabilidades de sempre. Nem dá para sentir que há algo de novo, a não ser quando escrevemos a data. Só então nos lembramos de que estamos começando mais um ano e, por isso, ele é “novo”. Nós continuamos os mesmos e com as nossas antigas ocupações. Escrever no meu blog é algo de que gosto muito! É alguma coisa que me faz reviver! São as recordações que me trazem de volta doces momentos que tive a oportunidade de viver e nos quais fui muito feliz! É aquele “patchwork” a que já me referi, em um dos meus textos. É o emendar dos retalhos que são as nossas lembranças e tornar a vivê-las, experimentando, mais uma vez, aqueles mesmos sentimentos das diversas épocas que tanto nos marcaram!

Convido todos vocês a seguirem comigo nesta espécie de túnel do tempo, que ora focaliza uma experiência que ficou muito longe, e ora narra um acontecimento mais recente. E então, vamos lá?