Come in! You may stay with me!

É um prazer enorme ter alguém compartilhando do que penso e escrevo, como se estivesse, realmente, num "divan". A propósito, esta é a foto do divã usado por Freud, em seu trabalho de psicanálise. Ao deitar-se, sem se distrair com a presença visível do analista, o analisando tem uma experiência emocional diferente, concentrando-se muito mais profundamente.


Quem me seguir, me fará companhia! E é sempre bom ter alguém por perto...

Obrigada! Venha sempre que quiser. Ainda estou começando...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Eu hoje gostaria de postar um CONVITE!

As estatísticas do Blogspot afirmam que meus textos estão sendo visualizados.

Visualizados? Lidos? Mas os poucos comentários que existem são de minha filha.

E ninguém se apresentou como “seguidor”.

Quem visualiza, chega a ler? Meus textos seriam do agrado do leitor?

Pois então, é este o convite que faço aos que chegarem até o “Maria no Divã”.

Fiquem à vontade, para ler o que quiserem.

Mas, por gentileza, deixem um comentário. É uma nova experiência para mim

e, por isso, é muito importante saber a opinião dos leitores.

Aos que acolherem a este convite, o meu muito obrigada!

Maria Bessa

AMOR


Sentimento maior.

Escolhido por Deus e por ele usado em seus Mandamentos.

Amar a Deus sobre todas as coisas.

Amar ao próximo como a si mesmo.

De repente, banalizaram a palavra amor.

E o sentimento? “Eu te amo!”

Passou a ser uma frase tão comum e tão repetida.

Mecanicamente repetida.

Atitudes não condizentes com a expressão.

Toda energia tem um ciclo: nasce, cresce e morre.

É como se o sentimento amor também passasse por este ciclo.

Quando nasce... Ah, quando nasce!!

É belo! Inexplicável! Grandioso! Intenso!

E quando cresce?

Faz com que o ser amado torne-se tão necessário, como o oxigênio que respiramos.

É capaz de nos levar ao nirvana!!

Mas, como tudo que nasce e cresce, ele acaba morrendo.

Surgem a frustração, a tristeza, as lágrimas.

O arrependimento, a saudade.

Porque, na maioria das vezes, a decisão é unilateral.

Cabe ao outro aceitar e sofrer. Resignar-se!

Separação. Nada é mais desgastante, emocionalmente.

Famílias constituídas de diversas formas. Ou não.

Sim, porque o ser humano também não sabe ficar só.

Prefere o engano quanto ao sentimento,

Do que o convívio consigo mesmo, ou com a solidão.

Não gosta de ser solitário e, talvez por isso, se engane.

Ou, quem sabe não queira amar, verdadeiramente.

Não queira criar laços!

E o “ficar”? O que seria “ficar”?

É isso: é a opção de não estar só e a de não estabelecer uma relação.

É a lacuna de sentimento. União vazia e meteórica.

Mas não! Há sentimento no ficar. Mais de um!

Egoísmo. Prazer. Satisfação.

Medo. Fraqueza. Falsidade.

Estar acompanhado... num determinado momento.

Quando se sentir só, a busca por com quem” ficar” recomeça.

E o amor? O que terão feito do amor ainda tão decantado?

Ainda tão procurado, sonhado e desejado?

Resistirá? Irá sobreviver?

Sob outras formas, talvez...

Mas não entre homem e mulher, num grande laço de união,

Com afeição, respeito, prazer mútuo, desejo,

Confiança, cumplicidade e zelo.

Até que a morte os separe!

domingo, 25 de setembro de 2011

UM ATOR EM MINHA VIDA


Nos anos 80, eu morava na Barra. Morei lá por 10 anos, embora trabalhasse no Centro da cidade. Os tempos eram outros, o tráfego era incomparável ao que se tem nos dias de hoje e, durante esse período, posso afirmar que vivi alguns dos melhores anos de toda a minha vida! Inicialmente, não! Eu me mudei pra lá, numa experiência conjugal, de juntar chinelos e escovas de dentes, mas que não deu certo. Só troquei de Bloco, dentro do mesmo Condomínio e, aí sim, vivi feliz por uns bons tempos. Estava acompanhada de minha melhor auto-estima e minha forma também contribuía para aliciar o meu ego! Acordava bem cedo para caminhar na areia molhada da praia, tinha amigos e saía bastante. Indiscutivelmente, nunca ri tanto em minha vida, como naquela época, em companhia de amigos. Lá, tive duas experiências incríveis e é sobre uma delas que eu gostaria de recordar e registrar aqui essas lembranças, procurando não deixar escapar nenhum detalhe deste episódio, dos vários que constituem a minha vida, bem vivida, por sinal. Posso dizer que conheci do que chamamos viver, de tudo um pouco, desde o melhor até o pior, o que fez de mim uma mulher rica em vivências. Não posso me queixar! O fato é que eu morava bem em frente a um daqueles enormes supermercados e, como acumulava dois cargos, passava o dia todo fora de casa, só chegando bem à noite. Em uma dessas noites, já na segunda metade dos anos 80, estava quase chegando em casa, quando me lembrei de que as condições de minha geladeira e armários me obrigavam a passar pelo tal supermercado. Assim que entrei, embora já tarde e bem tranqüilo o movimento, havia um não sei o quê fazendo com que as pessoas e funcionários comentassem baixinho. Comecei minhas compras e, enquanto andava por entre os corredores, constatei do que se tratava. Estava ali também um ator, muito conhecido, e naquele momento ele dava autógrafos para umas senhoras. Passei, não podendo deixar de olhar, e sorri ao observar seu carinho com suas fãs. Continuei apanhando o que precisava e, tendo terminado, me dirigi a uma das caixas. Enquanto eu arrumava as compras por sobre aquela esteira, vi que se aproximava da caixa ao lado, nada mais, nada menos que o tal ator. Simpaticíssimo, meneou a cabeça, como se me cumprimentasse, ao que eu correspondi. Aproveitei para parabenizá-lo pelo sucesso de sua novela, na época, e de como me surpreendera seu jeito carinhoso de atender aos fãs. Ele completou, comentando que entrara só para comprar aquelas embalagens, com vários maços de cigarros, e que só agora estava conseguindo sair. Bem, cada um voltou a se concentrar no que tinha que ser feito e, a seguir, fui direto com meu carrinho de compras para o carro. Tendo acomodado todas elas, entrei no carro e, procurando ser rápida, parei em frente a um retorno que, praticamente, me permitia atravessar a autopista e já estava no meu Condomínio. Enquanto aguardava a oportunidade de fazer isso, quem parou bem ao meu lado? Ele, o tal ator, sobre o qual só direi que era alto, muito bonito e com um sorriso cativante. Olhei, forçosamente o faria, e percebi que falava comigo. Abaixei o vidro e pude ouvir, com clareza, que ele me perguntava meu nome e onde eu morava. Respondi-lhe e apontei para o Condomínio em frente. Ele perguntou se eu me importava em lhe dar meu telefone. Ainda pensei, por uma fração de segundo, mas não achei mal nenhum e, para ser franca, imaginei que ele jogaria fora, depois. Dei-lhe meu número e vi que dava para atravessar e foi o que fiz. Notei que ele fez o mesmo e seu carro vinha atrás do meu. Ao entrar no meu Bloco, vi que ele seguiu e se foi.

Entrei em casa, liguei para minha mãe para contar-lhe o acontecido e, só depois fui guardar as compras. Quando fazia isso, o telefone tocou e eu senti um friozinho no estômago. Já não era hora d’eu receber telefonemas, então... seria ele? Atendi. Do outro lado, ele falou comigo como se já me conhecesse há muito tempo. Disse que gostaria de conversar e se eu aceitaria um convite para um drink. Novamente, tive que pensar durante aquela fração de segundo, fiquei apreensiva, mas não resisti e acabei por concordar. Ele se apressou em marcar para poucos minutos depois e disse que me aguardaria no estacionamento do meu Bloco. Nossos carros, os dos moradores, ficavam na garagem e aquele espaço era mesmo reservado aos visitantes. Fiz o que podia, no breve espaço de tempo que eu dispunha pra me arrumar e, por incrível que pareça, lembro-me do que vesti. Uma calça de jeans e uma camisa preta de veludo cotelê, ambas da Elle et Lui, minha marca preferida, na época. Usava o cabelo bem curtinho e natural, um tanto crespo, que se arrumava por si só. Desci e lá já estava ele à minha espera. Sem saltar, abriu a porta para que eu entrasse e saiu. Era muito comunicativo e conduzia nossa conversa com facilidade. Eu notava que ele se afastava, cada vez mais, de minha casa e, quando vi que já estávamos no Joá, perguntei-lhe o que procurava. Respondeu que estava procurando por um drive-in que existia por ali, mas que não estava achando. Eu lhe disse que sabia qual era, mas que achava que estava fechado, em obras, há algum tempo. E completei, perguntando o que ele gostaria de beber. Afirmei que eu não tinha muitas opções em minha casa, mas que considerava mais seguro e que havia lá um whisky muito bom, de que meu pai gostava muito. Ele achou uma ótima opção e voltamos para minha casa. Sempre conversando, naturalmente. Eu imaginava que ele queria ser considerado um homem comum e agi como se ele não fosse um ator, mas alguém a quem eu estava conhecendo. Ele tinha outras atividades e me falava sobre elas, durante o trajeto. Também perguntava muita coisa sobre mim. Mais calma e segura, me vi chegando ao meu Condomínio. Passamos pelo hall de entrada, educadamente ele cumprimentou o Porteiro, e seguimos para o elevador que servia à minha coluna e que ficava mais distante. Enquanto esperávamos, ele me perguntou se não me estaria causando nenhum constrangimento, subindo ao meu apartamento, e que ele temia que algum rapaz dali pudesse “forçar uma barra” e, diante de uma negativa minha eu ter que ouvir: “Ah, sim! Só o Fulano é quem pode subir?” Expliquei que não conhecia nenhum rapaz do Condomínio e, na verdade, ali eu só fizera amizade com mulheres da minha faixa etária. Subimos e abri a porta, já sabendo que para uma nova experiência. Não sabia qual. Sentia-me mais segura, porque aquele era o meu espaço e bastaria eu pegar no interfone para estar protegida. Não que esse fosse o pensamento predominante, mas aparecia para me assustar e tentar me impedir.

(Continua)

CENAS REAIS (Cont.)


Abri a porta de meu apartamento, já lhe pedindo que, por favor, não reparasse, porque era a casa de alguém que ficava fora o dia inteiro e só tinha tempo para arrumar tudo, no final de semana. Ele andou, bem à vontade pelo pequeno espaço em que eu vivia, elogiou e se dirigiu à cozinha, onde eu já estava,preparando copo e gelo para servi-lo. Eu usava um tipo de filtro da época, duplo, em que a água filtrava passando de uma parte à outra. Ele era amarelinho e tinha sempre um copo embaixo da torneirinha, caso viesse a pingar. Ele entrou, pedindo licença para apanhar água e foi pegando, naquele copo mesmo, na maior simplicidade. Eu o impedi, alegando que o copo ficara ali, pelo menos aquele dia inteiro e não estaria limpo. Peguei outro e lhe entreguei. Ele se serviu de água e continuou conversando, sempre muito à vontade. Entreguei-lhe a bebida e fomos para a varanda, onde nos sentamos e, bem acomodados, continuamos nossos assuntos. Parecíamos grandes amigos. Isso ainda durou até que ele se aproximou e, acariciando-me, dizia-me coisas gostosas de se ouvir. A varanda tinha portas para a sala de visitas e para a minha suíte, onde fomos parar.

Eu já vivi muita coisa ruim, mas também me foi dado experimentar muita coisa boa! Ali estava eu, não em uma cena de novela, mas na minha suíte, e isso era um fato, era real; não com um ator, mas com um homem que queria ser visto e tratado apenas dessa maneira, como o homem que era. Somente para uma amiga eu descrevi, detalhadamente, tudo o que se passou naquela noite. Mas saibam que foram momentos muitíssimo agradáveis, novos e tão inesquecíveis que ainda me lembro de cada gesto, cada palavra, cada expressão facial, cada carícia, cada mínimo detalhe. Já era bem madrugada quando ele se foi. Nós ambos trabalhávamos na manhã seguinte. Eu, mais cedo do que ele, e isso o preocupava. Antes de ir, docemente, me perguntou se poderia voltar, porque era o que gostaria de fazer. Evidentemente, eu lhe disse que poderia voltar sempre que quisesse. E nos despedimos! Ele me tinha dito onde morava e era bem perto de mim, do outro lado do canal. Na manhã seguinte, levei minha amiga ao toalete e, não me contendo mais, contei-lhe, resumidamente, minha experiência da noite passada. Foi preciso que ela fosse passar comigo o final de semana seguinte, para que eu tornasse a lhe contar, dessa vez, com detalhes. Lembro-me que nos deitávamos para dormir, e eu ficava descrevendo tudo, detalhadamente pra ela. Vez por outra, ela me perguntava: “E quando você o vê na televisão, o que sente?” Nada, eu respondia. O que esteve comigo era outro, não aquele. Dentro de mim, era como se fossem duas pessoas distintas e uma era aquela que todos podiam ver, bastava ligar a TV, na hora daquela novela. Só que havia uma outra pessoa e essa eu tivera o privilégio de conhecer e estar junto, por algumas horas. À medida que os dias se passavam, eu continuava achando que ele teria jogado fora o meu telefone, até a noite em que atendi a um chamado e lá estava aquela voz maravilhosa, me explicando que não anotara o meu número e sim havia decorado e, com tanto a decorar, esquecera-se do meu telefone, mas não de mim. Foi quando teve a ideia de ir ao meu edifício, no mesmo horário daquela noite e, ao encontrar com o mesmo Porteiro, pediu-lhe que o ajudasse, porque não sabia onde deixara o meu número e, como tínhamos amigos em comum, em São Paulo, ele estava incumbido de me entregar uma encomenda e só contando com o auxílio deste, com quem falava. Este, por sua vez, explicou que estaria abrindo um enorme precedente porque sabia que éramos conhecidos, mas que não poderia fazer isso, novamente. Procurou no fichário de moradores e lhe deu o número do meu telefone. Só então ele pode voltar a me ligar. Ligou e foi até minha casa, outra vez. E outras vezes mais. Infelizmente, a vida me pregou uma peça, eu tolamente vi tudo mudar. Inclusive eu, literalmente, me mudei para outro edifício. Apesar de ser no mesmo Condomínio, não havia quem lhe passasse o novo número, pois aquele Porteiro fora convidado a trabalhar em outro lugar, como motorista particular e também lá não estava mais. Ele nunca me deu uma forma de contato e eu, respeitando sua vontade, ou necessidade, também jamais pedi. Era ele quem me procurava e não eu a ele. De qualquer maneira, ainda que ele me encontrasse, minha vida seguia por outros caminhos que me impediriam de gozar daquela liberdade de antes. Mas ainda assim, ele ficou lá, escondidinho na minha memória e, vez por outra, eu me lembro daqueles momentos, de raríssima felicidade, que a vida me proporcionou naquele ano. Tempos depois, eu o vi saindo de um dos teatros do Shopping da Gávea e, meu primeiro impulso foi chegar até ele. Mas aquela fração de segundo, dessa vez, me fez recuar. Na verdade, havia passado o momento certo. Felizmente, no momento certo, eu soube aproveitar o que costumo chamar de presentes da vida.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

NUNCA MAIS!


A porta foi aberta e lá estava ele, novamente à minha frente. Convidou-me a entrar. Abraçou-me e beijou-me. Que saudade!! Como eu sentia falta daquele abraço. Que abraço gostoso! Meu corpo todo aderindo ao seu... Beijou-me, ardentemente, por algum tempo. Sentamo-nos e começamos a conversar. Ele falava de seu dia, seu trabalho, suas preocupações e eu o ouvia, com atenção e o encorajava a continuar. Ponderava, quando achava que devia. Ele serviu vinho tinto. Gostamos de vinho. O momento inicial, que eu buscava preservar para que ele se soltasse e eu pudesse ajudá-lo, de alguma forma, enquanto me deliciava ao observá-lo, começava a mudar. Mais abraços. Mais beijos. Ele escolheu uma seleção de músicas, todas bem relaxantes, como eu havia pedido. Diminuímos as luzes. Aos poucos, nos encaminhamos para o quarto. Abraços, beijos, carícias... E o ajudei a se livrar de suas roupas. Eu colocara o óleo bem perto, na cabeceira da cama. Óleo de amêndoas, levemente perfumado. Eu o derramei em minhas mãos e comecei a massagear seu corpo. Sugeri que se deitasse de bruços e procurasse relaxar. Minhas mãos percorriam seus braços e ombros, alternando os lados, se detendo para massagear sua musculatura trabalhada, num corpo, embora o de um Apolo, um pouco cansado, após um dia estressante de trabalho. Massageava também suas mãos, cada um de seus dedos, enquanto podia senti-lo, relaxando. Suas costas e seus músculos. Todos eles. Mais óleo em minhas mãos, sempre que necessário, e elas continuavam seu percurso. Sabiam de cor. E gostavam do que faziam. Aos poucos e descendo, chegando às suas pernas, também trabalhadas e aos pés, cansados e calejados. Definitivamente, seus sapatos não eram confortáveis. Seus pés requeriam uma atenção especial. Afinal, não estavam bem e eram seus pilares. Pés por inteiro. Dedos, calcanhares, peitos dos pés. Mais óleo e a sugestão de que se virasse. Novamente, pelos braços, peitos, todo o tórax... e minhas mãos estavam felizes! Eu podia ouvi-lo, sussurrando bem baixinho: “Eu ficaria assim a vida inteira... Bom! Muito bom!”. Eu, sem nada comentar, pensava: Também ficaria assim a vida inteira... com você.E continuava massageando cada pedacinho seu, conhecendo e explorando o corpo e os seus sentidos! Ainda posso sentir o toque de minhas mãos em sua pele... Acho que jamais vou me esquecer e minhas mãos teimam em me lembrar sempre! Apesar de ser uma massagem, objetivando o relaxamento e chegando a alcançá-lo, ele não deixava de despertar, rapidamente, quando eu terminava, com muito carinho e lentidão... Aquele corpo que parecia jazer há poucos instantes, já se sentia recuperado e buscava satisfação. Entendíamo-nos muito bem! Muito bem mesmo! Ao final de tudo, antes de deixá-lo, ainda uns retoques finais de massagem para que ele, finalmente, relaxasse e dormisse, acordando pronto para mais um dia de trabalho. No dia seguinte, ele me dizia, por e-mail, que eu desempenhava muito bem alguns papéis junto dele, sobretudo o de gueixa e que ele se agradava muito com a gueixa que existia em mim.

Gueixa. Não sei... Só sei que pra mim era um enorme prazer agradá-lo e, para isso, eu dava asas à imaginação. Eu queria um lugarzinho, para sempre, em sua lembrança e em seu coração.

Mas, e agora? Nunca mais sentir seu abraço. Nunca mais seu corpo colado ao meu. Nunca mais sentir seus lábios entre os meus. Nunca mais afagar seus cabelos. Nunca mais tocar cada pedaço do seu corpo... Choro por esse “nunca mais”!

sábado, 10 de setembro de 2011

TERRORISMO


Cruel. Desumano. Enlouquecedor.

Poder absoluto de destruição.

Doença social que se propaga.

Carros, cartas, homens-bombas!

Ameaça constante. Flagelo imprevisível. Inimigo invisível.

Insano quem é capaz de arquitetar a ação.

Fanático quem dela participa. Quem a coloca em prática.

Desalmado aquele que nela acredita.

Santos, heróis condenados.

Certos de que serão compensados

Os que destroem em nome de Deus!

Sem dúvida, desgraçados!

As vítimas? Escolhidas ao acaso.

As nações? Qualquer uma.

Violência que dilacera. Abala. Choca!

Desespero extremo.

Efeito devastador, caótico.

Extermínio incalculável.

Calamidade de enormes proporções.

Destruição eterna.

Perplexidade infinda. Corações partidos, destroçados!

Barbárie que se transforma em espetáculo.

Horror apocalíptico.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

RESPOSTA AO TEMPO


Eu li, numa página do Facebook, um trecho que eu reconheci como sendo da música de Aldir Blanc, “Resposta ao Tempo”. Há muito sem ouvi-la, resolvi relembrar. E essa letra me faz pensar um pouco, no que ele teria querido dizer com todo aquele texto lindo. Fico imaginando que quem narra é, na verdade, o amor. Outras vezes, me parece o que ama. Quando ele cita “beber um pouquinho”, ou “folhas no meu coração” me lembra um alguém que amou muito em sua vida e que perdeu esse grande amor. As folhas no coração nos remetem a um outono, que bem pode ser o outono de sua vida. Ele já não é mais um jovem... Mas pode ser um amor de outono, como costumamos dizer.

O tempo “zomba do quanto eu chorei porque sabe passar e eu não sei”. Sim, o tempo passa, mas não o amor. Mesmo perdido, ele se eterniza em nossa lembrança. “Diz que somos iguais se eu notei, pois não sabe ficar e eu também não sei”. Claro! O tempo só passa, ele jamais fica, ele não para, em nenhum instante sequer. E o amor? Ah, o amor!! Será que ele fica? Será que ele permanece, mesmo entre os casais que ainda conservam sua união? Ou será que ele se modifica, num outro sentimento semelhante, gerando uma acomodação? Quem poderá nos dar esta resposta, com toda sinceridade, tirando de sua própria experiência?

“E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos, que amores terminam no escuro, sozinhos”. Parece que aí está a resposta que buscávamos... Amores terminam sozinhos. Mais uma vez eu entendo, como narrador, o amor. Eu diria que os amantes terminam sozinhos, mas ele insiste na palavra amor. São os nossos amores, diversos amores! Aqueles amores, inicialmente tão ardentes e que, com o passar do tempo, terminam, e afastam os amantes. Na maioria das vezes, um deles conhecerá um intenso sofrimento... “Respondo que ele aprisiona, eu liberto”. Com certeza, o tempo nos aprisiona, nos escraviza, mas o amor, não, o amor nos traz uma maravilhosa sensação de liberdade que irá durar o mesmo tempo que ele, o amor... “Que ele adormece as paixões e eu desperto”. Com o tempo, as paixões esmorecem, ficando como que adormecidas; mas na presença do amor, as paixões são livres, são libertas, libertinas até! “E o tempo se rói com inveja de mim, me vigia querendo aprender como eu morro de amor pra tentar reviver”... É, o tempo não poderá compreender como morrer de amor nos faz reviver! São as lembranças, as recordações que, ao mesmo tempo doídas, cheias de mágoas e nos ferindo por demais, por outro lado, nos mantêm vivos! “No fundo é uma eterna criança, que não soube amadurecer, eu posso, ele não vai poder me esquecer”. O tempo passa, mas é sempre o mesmo. Vê os que chegam, vê aqueles que se vão, e ele continua impassível, fazendo troça de nossas vidas e de nossos sofrimentos. Uma eterna criança que brinca com nossa vivência e sentimentos... O amor pode se esquecer do tempo, mas o tempo não tem poder para fazer com que um amor caia no esquecimento! Para quem ama, não existe o tempo. Uma ocasião melhor, o momento mais apropriado, a própria contagem de tempo... nada disso existe para o amor. E o amor subjuga o tempo, quando se deixa eternizar, ainda que pelas meras lembranças! O tempo continua passando e lá está o amor, um forte sentimento bem guardadinho em cada um dos seres humanos que tiveram o privilégio da grande experiência que é o relacionamento que envolve um imenso amor!!