Come in! You may stay with me!

É um prazer enorme ter alguém compartilhando do que penso e escrevo, como se estivesse, realmente, num "divan". A propósito, esta é a foto do divã usado por Freud, em seu trabalho de psicanálise. Ao deitar-se, sem se distrair com a presença visível do analista, o analisando tem uma experiência emocional diferente, concentrando-se muito mais profundamente.


Quem me seguir, me fará companhia! E é sempre bom ter alguém por perto...

Obrigada! Venha sempre que quiser. Ainda estou começando...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

RESPOSTA AO TEMPO


Eu li, numa página do Facebook, um trecho que eu reconheci como sendo da música de Aldir Blanc, “Resposta ao Tempo”. Há muito sem ouvi-la, resolvi relembrar. E essa letra me faz pensar um pouco, no que ele teria querido dizer com todo aquele texto lindo. Fico imaginando que quem narra é, na verdade, o amor. Outras vezes, me parece o que ama. Quando ele cita “beber um pouquinho”, ou “folhas no meu coração” me lembra um alguém que amou muito em sua vida e que perdeu esse grande amor. As folhas no coração nos remetem a um outono, que bem pode ser o outono de sua vida. Ele já não é mais um jovem... Mas pode ser um amor de outono, como costumamos dizer.

O tempo “zomba do quanto eu chorei porque sabe passar e eu não sei”. Sim, o tempo passa, mas não o amor. Mesmo perdido, ele se eterniza em nossa lembrança. “Diz que somos iguais se eu notei, pois não sabe ficar e eu também não sei”. Claro! O tempo só passa, ele jamais fica, ele não para, em nenhum instante sequer. E o amor? Ah, o amor!! Será que ele fica? Será que ele permanece, mesmo entre os casais que ainda conservam sua união? Ou será que ele se modifica, num outro sentimento semelhante, gerando uma acomodação? Quem poderá nos dar esta resposta, com toda sinceridade, tirando de sua própria experiência?

“E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos, que amores terminam no escuro, sozinhos”. Parece que aí está a resposta que buscávamos... Amores terminam sozinhos. Mais uma vez eu entendo, como narrador, o amor. Eu diria que os amantes terminam sozinhos, mas ele insiste na palavra amor. São os nossos amores, diversos amores! Aqueles amores, inicialmente tão ardentes e que, com o passar do tempo, terminam, e afastam os amantes. Na maioria das vezes, um deles conhecerá um intenso sofrimento... “Respondo que ele aprisiona, eu liberto”. Com certeza, o tempo nos aprisiona, nos escraviza, mas o amor, não, o amor nos traz uma maravilhosa sensação de liberdade que irá durar o mesmo tempo que ele, o amor... “Que ele adormece as paixões e eu desperto”. Com o tempo, as paixões esmorecem, ficando como que adormecidas; mas na presença do amor, as paixões são livres, são libertas, libertinas até! “E o tempo se rói com inveja de mim, me vigia querendo aprender como eu morro de amor pra tentar reviver”... É, o tempo não poderá compreender como morrer de amor nos faz reviver! São as lembranças, as recordações que, ao mesmo tempo doídas, cheias de mágoas e nos ferindo por demais, por outro lado, nos mantêm vivos! “No fundo é uma eterna criança, que não soube amadurecer, eu posso, ele não vai poder me esquecer”. O tempo passa, mas é sempre o mesmo. Vê os que chegam, vê aqueles que se vão, e ele continua impassível, fazendo troça de nossas vidas e de nossos sofrimentos. Uma eterna criança que brinca com nossa vivência e sentimentos... O amor pode se esquecer do tempo, mas o tempo não tem poder para fazer com que um amor caia no esquecimento! Para quem ama, não existe o tempo. Uma ocasião melhor, o momento mais apropriado, a própria contagem de tempo... nada disso existe para o amor. E o amor subjuga o tempo, quando se deixa eternizar, ainda que pelas meras lembranças! O tempo continua passando e lá está o amor, um forte sentimento bem guardadinho em cada um dos seres humanos que tiveram o privilégio da grande experiência que é o relacionamento que envolve um imenso amor!!

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