Come in! You may stay with me!

É um prazer enorme ter alguém compartilhando do que penso e escrevo, como se estivesse, realmente, num "divan". A propósito, esta é a foto do divã usado por Freud, em seu trabalho de psicanálise. Ao deitar-se, sem se distrair com a presença visível do analista, o analisando tem uma experiência emocional diferente, concentrando-se muito mais profundamente.


Quem me seguir, me fará companhia! E é sempre bom ter alguém por perto...

Obrigada! Venha sempre que quiser. Ainda estou começando...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

NUNCA MAIS!


A porta foi aberta e lá estava ele, novamente à minha frente. Convidou-me a entrar. Abraçou-me e beijou-me. Que saudade!! Como eu sentia falta daquele abraço. Que abraço gostoso! Meu corpo todo aderindo ao seu... Beijou-me, ardentemente, por algum tempo. Sentamo-nos e começamos a conversar. Ele falava de seu dia, seu trabalho, suas preocupações e eu o ouvia, com atenção e o encorajava a continuar. Ponderava, quando achava que devia. Ele serviu vinho tinto. Gostamos de vinho. O momento inicial, que eu buscava preservar para que ele se soltasse e eu pudesse ajudá-lo, de alguma forma, enquanto me deliciava ao observá-lo, começava a mudar. Mais abraços. Mais beijos. Ele escolheu uma seleção de músicas, todas bem relaxantes, como eu havia pedido. Diminuímos as luzes. Aos poucos, nos encaminhamos para o quarto. Abraços, beijos, carícias... E o ajudei a se livrar de suas roupas. Eu colocara o óleo bem perto, na cabeceira da cama. Óleo de amêndoas, levemente perfumado. Eu o derramei em minhas mãos e comecei a massagear seu corpo. Sugeri que se deitasse de bruços e procurasse relaxar. Minhas mãos percorriam seus braços e ombros, alternando os lados, se detendo para massagear sua musculatura trabalhada, num corpo, embora o de um Apolo, um pouco cansado, após um dia estressante de trabalho. Massageava também suas mãos, cada um de seus dedos, enquanto podia senti-lo, relaxando. Suas costas e seus músculos. Todos eles. Mais óleo em minhas mãos, sempre que necessário, e elas continuavam seu percurso. Sabiam de cor. E gostavam do que faziam. Aos poucos e descendo, chegando às suas pernas, também trabalhadas e aos pés, cansados e calejados. Definitivamente, seus sapatos não eram confortáveis. Seus pés requeriam uma atenção especial. Afinal, não estavam bem e eram seus pilares. Pés por inteiro. Dedos, calcanhares, peitos dos pés. Mais óleo e a sugestão de que se virasse. Novamente, pelos braços, peitos, todo o tórax... e minhas mãos estavam felizes! Eu podia ouvi-lo, sussurrando bem baixinho: “Eu ficaria assim a vida inteira... Bom! Muito bom!”. Eu, sem nada comentar, pensava: Também ficaria assim a vida inteira... com você.E continuava massageando cada pedacinho seu, conhecendo e explorando o corpo e os seus sentidos! Ainda posso sentir o toque de minhas mãos em sua pele... Acho que jamais vou me esquecer e minhas mãos teimam em me lembrar sempre! Apesar de ser uma massagem, objetivando o relaxamento e chegando a alcançá-lo, ele não deixava de despertar, rapidamente, quando eu terminava, com muito carinho e lentidão... Aquele corpo que parecia jazer há poucos instantes, já se sentia recuperado e buscava satisfação. Entendíamo-nos muito bem! Muito bem mesmo! Ao final de tudo, antes de deixá-lo, ainda uns retoques finais de massagem para que ele, finalmente, relaxasse e dormisse, acordando pronto para mais um dia de trabalho. No dia seguinte, ele me dizia, por e-mail, que eu desempenhava muito bem alguns papéis junto dele, sobretudo o de gueixa e que ele se agradava muito com a gueixa que existia em mim.

Gueixa. Não sei... Só sei que pra mim era um enorme prazer agradá-lo e, para isso, eu dava asas à imaginação. Eu queria um lugarzinho, para sempre, em sua lembrança e em seu coração.

Mas, e agora? Nunca mais sentir seu abraço. Nunca mais seu corpo colado ao meu. Nunca mais sentir seus lábios entre os meus. Nunca mais afagar seus cabelos. Nunca mais tocar cada pedaço do seu corpo... Choro por esse “nunca mais”!

Um comentário:

  1. Mãe, amei o texto. Achei que a tristeza foi escrita de forma bonita. É meio sombrio vermos beleza na tristeza, mas a verdade é que todo sentimento tem sua poesia, além de ser uma forma positiva de encararmos sentimentos negativos. Gostei muito! Depois, veja lá meu blog. Acho que hoje mesmo vou publicar a TERCEIRA parte da Garota e o Geek! Nunca vai acabar ^^ Beijos!

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