Come in! You may stay with me!

É um prazer enorme ter alguém compartilhando do que penso e escrevo, como se estivesse, realmente, num "divan". A propósito, esta é a foto do divã usado por Freud, em seu trabalho de psicanálise. Ao deitar-se, sem se distrair com a presença visível do analista, o analisando tem uma experiência emocional diferente, concentrando-se muito mais profundamente.


Quem me seguir, me fará companhia! E é sempre bom ter alguém por perto...

Obrigada! Venha sempre que quiser. Ainda estou começando...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Mundo


E o mundo? O que vai acontecer com o mundo, afinal?

Alguns dizem que irá acabar,

outros, que irá passar por uma enorme transformação...

Os planetas irão se alinhar e aparecerá no céu uma estrela,

a mesma que apareceu, antes do início da II Guerra Mundial.

Deve ser uma estrela que só prediz catástrofes.

Uns dizem que o Oceano Atlântico,

que banha toda a costa do nosso belo País,

se elevará num enorme espelho d’água

e descerá num tsunami sem igual,

destruindo todas as cidades costeiras,

incluindo o meu querido Rio de Janeiro.

Mas há quem diga que haverá um cataclisma,

sob forma de uma chuva de gases tóxicos.

Deveremos ficar em nossas casas,

hermeticamente fechadas,

com plásticos negros vedando suas janelas,

sem que possamos olhar para fora,

ou abrir a porta para quem quiser entrar.

E haverá três dias e três noites de trevas,

como narrado na Bíblia Sagrada.

Só aqueles que tiverem estocados

determinados tipos de alimentos

terão como se alimentar.

Frutas secas, frutas desidratadas, água mineral...

Tudo pronto e que suporte a temperatura ambiente.

Quando tal chuva passar,

nada do que ficou lá fora irá prestar,

pois terá sido destruído, ou contaminado.

E, para que tenhamos novos alimentos,

deveremos providenciar o plantio.

Mas, afinal, desapareceremos sob um enorme tsunami,

ou passaremos pelas trevas e gases tóxicos?

Será que o tsunami é para as cidades costeiras

e a chuva de gases tóxicos, para as demais cidades?

Dizem que a nossa vibração é que irá determinar

o que a cada um de nós acontecerá.

Mas Deus irá nos permitir

antever o que de nós será?

Não estou tão certa disso...

Previsões sempre existiram

e as datas vão sendo alteradas,

à medida em que sobrevivemos.

Pois que Deus nos dê mais tempo, além de 2012,

não só para a conversão de uns e a santificação de outros,

mas também para que tenhamos a chance

de viver alguns dos muitos sonhos,

há tanto tempo acalentados,

e, infelizmente, ainda não realizados.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Seria bom...


Seria bom se déssemos ao sentimento amor

o seu devido valor.

Seria bom se praticássemos o “amar ao próximo como a nós mesmos”,

nas situações mais simples do cotidiano.

Seria bom se pudéssemos, ao acordar a cada manhã, cumprimentar o sol,

prestar atenção ao canto dos pássaros, enquanto fitássemos o verde das reservas,

ou o azul do mar, ou simplesmente o lindo azul do céu.

Seria bom se nos detivéssemos, apreciando as flores que nascem fáceis

e que, sem os cuidados de um jardineiro, ainda assim nos oferecem

pequenos e belos jardins.

Seria bom se, em meio ao burburinho dos grandes centros,

fôssemos capazes de atentar para o que nos quer dizer

o badalar dos sinos das muitas Igrejas,

que se misturam a uma vida totalmente pagã!

Seria bom se ouvíssemos, com atenção, os acordes musicais

que ressoam em qualquer canto da cidade; nos shoppings, nos bares, nas ruas...

Acordes de piano, violino, violão, ou mesmo o sopro vigoroso de um metal.

Por que nossa atenção tem que ser sempre desviada

para as preocupações que povoam nossas mentes,

para os sentimentos, sejam quais forem, que oprimem nossos corações,

para todos os planos que não colocamos em prática,

para os sonhos, por cujas realizações estamos sempre à espera,

para a insegurança total em que vivemos,

para a corrupção desenfreada contra a qual não podemos,

ou para o medo, seja do que for, que nos atormenta, no nosso dia-a-dia? Por quê?

Seria bom se pudéssemos ter uma melhor qualidade de vida, mas neste sentido,

de podermos apreciar o que é belo, o que nos emociona,

sem estarmos sempre a olhar para o relógio,

sem aquele corre-corre que caracteriza nossas vidas.

Seria bom se nos lembrássemos sempre

do que é do agrado de Deus e o fizéssemos, com consciência,

não precisando temer a transformação deste mundo.

Seria bom olharmos o belo, o emocionante,

sem nenhuma pressa, enquanto ele aí está!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Minha Mãe


No texto sobre Maternidade, mencionei minha mãe e o fato dela ter se mudado para a minha casa, quando minha única filha nasceu, comentando que isto seria uma outra história. Mas, na verdade, minha mãe é um capítulo à parte em minha vida. Começando pela real admiração que sempre senti por ela. Uma jovem, que nos anos 40, trabalhava fora, no centro da cidade! Isso é um pioneirismo no que se refere ao trabalho feminino! E lá estava ela, trabalhando como secretária de um jornal da época e, depois, numa Companhia de Seguros. Estudou datilografia e tinha noções de Inglês para a função que desempenhava. Sempre muito inteligente, porque lia jornal de uma ponta à outra, era capaz de conversar sobre qualquer assunto. Infelizmente, não soube usar de sua inteligência na escolha de um marido e se casou com meu pai. Ele não era menos inteligente e formou-se em Ciências Contábeis, mas era extremamente nervoso e absolutamente ciumento. Primeira coisa que fez ( e ela aceitou!!), foi proibi-la de trabalhar fora. Para mim, seu grande primeiro erro. Minha mãe nunca foi de se queixar, mas assim que tive capacidade de observar e registrar fatos, eu soube que ela não era feliz e que eles eram ambos, totalmente incompatíveis entre si. Mas, naquele tempo, o casamento, principalmente o religioso, era para ser levado até que a morte realmente os separasse. Cresci, participando de sua, digamos, pouca felicidade. Ele tinha uma grande qualidade: gostava e se entrosava muito com a família de minha mãe. Participava de todas as festas, estava sempre visitando minha avó, se dava bem com todos os cunhados e cunhadas, enfim, ele e ela juntos, em tudo que se realizasse na família. Posso até mesmo afirmar que ele gostava mais da família de minha mãe do que de sua própria, com quem vivia se desentendendo. Mas, seu ciúme era doentio e, por isso, via coisas que não existiam e fazia outras inacreditáveis. Antes d’eu nascer, ele saía para trabalhar e minha mãe ficava em casa, como doméstica. Ele deixava o trinco do portão de um determinado jeito e era daquele jeito que ele deveria encontrá-lo, ao voltar para casa. Ora, quantos desentendimentos e questionamentos, até que minha mãe chegasse à conclusão de que ele tinha esse hábito. E todas as vezes que o lixeiro precisou abrir o portão, para apanhar a lata de lixo? Sim, porque naquele tempo tudo era muito diferente. Eles moravam em casa e era assim que os lixeiros faziam: eles entravam, apanhavam a lata e as entornava em seus carrinhos de lixo, recolocando a lata vazia em seu lugar. Quando saíamos, ele cismava que algum outro homem estava olhando para minha mãe, ao que ela estaria correspondendo, e lá se ia embora o passeio, a distração, a alegria. Minha mãe soube esconder de todos muito bem, mas eu era testemunha ocular e sofria com tudo isso. Como pai, ele era austero, autoritário, gritava muito comigo, não me fazia nenhum tipo de carinho, nada de abraços e beijos, como eu via meus tios tratarem minhas primas. Eu até estranhava, quando via as fotos do tempo em que eu era pequenina e ele estava sempre comigo no colo. Bem, eu sei que de um jeito muito próprio, ele me queria bem e se orgulhava de mim. Lembro-me, também, de quando ele ia me buscar num bairro próximo ao que nós morávamos, só pra que eu não andasse muito tempo, no ônibus escolar. Eu ficava toda feliz e caminhávamos, de mãos dadas, até a nossa casa. Quando minha mãe engravidou, minha tia caçula, irmã mais nova de minha mãe, foi para a nossa casa para ajudá-la e se tornou muito amiga da outra tia caçula, irmã mais nova de meu pai, que morava bem juntinho à nossa casa. Quando nasci, essas tias cuidavam mais de mim do que minha própria mãe. Mas foi só enquanto eu era muito bebê. Depois, minha tia se foi e tudo voltou ao normal. Não me lembro de nenhuma queixa de minha mãe, se é que alguma vez ela se queixou. Eu a via sempre calada e de olhos baixos, enquanto meu pai tinha seus acessos. Ela nem sempre era a mesma pessoa e daí eu já sabia que ela estava triste. Não me lembro de uma mãe alegre, em nossa casa, mas tocava piano e gostava muito de músicas clássicas. O que sei, aprendi com ela! Cresci tendo nela uma grande amiga. Quando eu estava já estagiando, como Professora, ela era capaz de pegar uma condução e ir até a escola Normal para levar almoço pra mim. Eu iria direto da Escola para o estágio e ela não se conformaria se eu ficasse sem me alimentar. Quando eu comecei a “dupla regência”, ou seja, eu tinha uma carga horária como Professora Primária e faria, logo em seguida, outra carga horária como Professor de Ensino Médio, pois já estava terminando a Faculdade de Letras. Nessa época, ela acordava cedo, junto comigo e, enquanto eu me aprontava, ela fazia uma enorme salada de frutas, com creme de leite e colocava num pote de vidro que eu levava para a Escola Municipal e, lá, deixava na geladeira para saborear entre os dois horários. Esse tipo de mãe é o que ela sempre foi! Éramos amigas e saíamos juntas para comprar roupas, sapatos, etc, logo que comecei a ter o meu próprio salário. Detalhe: sempre segui suas orientações. Por exemplo, não era minha intenção ser Professora Primária, mas sim de Ensino Médio, lecionando Inglês. Mas ela me mostrou que o melhor caminho e aquele que me levaria a ter o meu salário, por menor que fosse, mais rapidamente e já como Servidora Pública, seria através da Escola Normal. E eu fiz o que ela me mostrou que seria o melhor para a minha carreira. Também queria fazer Direito e ela sugeriu que isso ficasse para mais tarde. Segui suas orientações e não me arrependo. Aos 19 anos, já era Servidora Pública.

Vou dar um salto em nossas vidas e chegar ao nascimento de minha filha, quando ela se mudou, verdadeiramente, para a minha casa. Bem, depois de ter morado onde a chuva me assustava, na casa que meu avô construiu para nós, só morei em apartamentos e em andares altos. Quando minha filha nasceu, era no 19º andar que eu morava! Bom, quando isto aconteceu, acredito que todos os familiares acharam que seria por um pequeno espaço de tempo, já que eu era só e trabalhava fora. Mas, quando falei em colocar minha filha em uma creche, minha mãe foi a primeira a se opor, dizendo que, enquanto ela tivesse uma avó com saúde, isso não seria necessário. Mamãe sempre foi extremamente cuidadosa com as coisas de minha filha. Esterilizávamos tudo que podíamos e ela, que também era vacinada, jamais teve uma doença como catapora, caxumba, ou similares. O fato é que o tempo foi passando, minha filha crescendo e minha mãe continuava conosco. Morávamos na Barra e eu tinha um pequeno apartamento no Recreio, onde meu pai resolveu se estabelecer, deixando fechado o seu, em Jacarepaguá. Desta forma, ele ficava bem perto de nós. Já estava aposentado e gostava de andar pra lá e pra cá, mas sempre perguntando quando é que minha mãe iria voltar. Quando viajávamos, e o fazíamos bastante, ele ia conosco. Mas para morarmos, sempre preferi a paz de estarmos eu, minha mãe e minha filha. Os familiares comentavam, não entendiam e me criticavam. Cheguei mesmo a ouvir de uma de minhas primas que “Imaginem só, se minha mãe deixaria meu pai, cada vez que uma de suas filhas tivesse um bebê!” e me perguntou se eu não seria capaz de criar, sozinha, a minha filha. Nem lembro o que respondi. Era tão claro o que estava acontecendo que só um cego, ou uma pessoa totalmente desligada da nossa realidade, não poderia enxergar as razões de minha mãe. Mas eu sim e ela ficaria, como ficou, até quando quisesse. Minha filha já estava com 7anos, eu havia deixado a Barra, passara pela Tijuca, quando meu “louro, lindo e de olhos azuis” foi morar conosco e já estava me acomodando no Grajaú, quando meu pai recebeu um diagnóstico que mudaria todas as nossas vidas. Ele que, há muito, vinha sofrendo de osteofitose na coluna vertebral, ou seja, “bico-de-papagaio”, estava sendo vítima de compressão medular por essas calcificações ósseas e estava perdendo os seus movimentos. Eu cheguei a trazê-lo para ficar conosco, mas minha mãe achou que, num lugar menor e só os dois, o quadro seria melhor administrado. E foi quando ela me disse, finalmente: ”Estive vivendo com você todos esses anos e, só por isso, agora tenho saúde para cuidar de seu pai. Essa é minha obrigação aos olhos de Deus, pois com ele ainda sou casada.” E se foi, com meu pai, para aquele pequeno apartamento no Recreio,onde cuidou dele por 7 anos, em cima de uma cama, dando-lhe banho, trocando-lhe as fraldas e providenciando toda a assistência médica que fosse necessária. Ele não aceitava cuidados de uma enfermeira, por exemplo. Tinha que ser só minha mãe. Eu a ajudava, mas não tanto. À essa altura, eu tinha marido e filha para cuidar. Sei que lhe propiciei todo apoio, até convencê-lo a ir para um Hotel Geriátrico, em Santa Teresa, quando ela chegou a pesar 48 quilos, estava desidratada e com pneumonia. Antes disso, os familiares também deram muitas opiniões e me acuavam, no sentido de tirá-la de lá, mas quando eu lhe dizia: “Mãe, você não vê que não tem condições de continuar cuidando de meu pai?” Ela me respondia: ”Como? Pois se Deus vem me dando saúde, até agora, exatamente para poder cuidar dele?” Mas, em fevereiro de 2003, quando aquele era o seu diagnóstico por ter se esquecido de si mesma, para cuidar somente dele, ele concordou em ir para a Casa Geriátrica, “até que ela ficasse curada!” E ele sempre perguntava, mais tarde, quando ela pode começar a visitá-lo, quando é que eles iriam voltar para o apartamento do Recreio e se ela já estava em condições para isso. Infelizmente, ela não teria mesmo mais condições, pois estava sofrendo de uma osteoporose muito severa e poderia fazer uma fratura espontânea, na prática dos cuidados que lhe eram exigidos. Em novembro, daquele mesmo ano, ele fez uma parada cardiorrespiratória, sofrendo ainda por 16 dias numa UTI, antes de se desligar de nós. O fato é que ninguém procurou entender que minha mãe, católica, vivendo um casamento difícil e não podendo sair dele, se refugiou conosco e, alegando que eu precisava de sua ajuda para cuidar de minha filha, conseguiu “um tempo” que ela não teria conseguido jamais, para viver uma vida melhor ao nosso lado. E, quando ele se queixava de que ela o havia abandonado por todos aqueles anos, ela retrucava: “E foi só por causa desse tempo, que hoje estou aqui, com saúde, para cuidar de você!”

Pobre mãezinha querida! Hoje mora comigo, mas vem desenvolvendo uma Síndrome Senil, há 4 anos e já não é mais aquela mesma pessoa que, desde muito cedo, viveu comigo uma grande história de amizade, a maior que eu já havia visto, entre mãe e filha.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Homenagem à Nossa Senhora


Sempre que venho aqui, “ao meu divã”, eu tento escrever algo sobre um tema que seja do momento, ou do meu agrado. Quando não, trago as infindáveis narrativas sobre o amontoado de experiências que vivi. Hoje, gostaria de escrever sobre a importância de Nossa Senhora em minha vida. Sei que quem nos concede as graças é o Nosso Pai Eterno, mas temos o hábito de recorrer à intercessão de santos, aos quais temos devoção, ou à de Nossa Senhora.

Minha mãe, como toda minha família materna, sempre foi muito religiosa, tendo participado de uma Congregação chamada “Filhas de Maria”. Quando se casou, sem ter adotado nenhum método contraceptivo e já tendo completado cinco anos de casada e sem filhos, ela conversou com Nossa Senhora e Lhe disse que se viesse a ter uma menina, lhe daria o Seu nome,em Sua homenagem, e a batizaria no alto da Igreja da Penha.

O único tratamento a que se submeteu foi com remédios da Homeopatia, sempre muito bem-vinda em nossa família, tanto materna, quanto paterna. Lembro-me que minha avó paterna já mandava fazer seus vestidos, com dois bolsos frontais, e ela passava o vidrinho de Homeopatia de um bolso para o outro, controlando assim o que havia tomado.

Bem, o que importa, na verdade, é que mamãe acabou engravidando, naquela época, tendo uma filha menina e, mesmo continuando a não usar qualquer dos métodos contraceptivos daquele tempo, bastante falhos, por sinal, ela não teve nenhum outro filho. Só mesmo aquela menina a quem ela disse à Nossa Senhora que, se intercedesse por ela, lhe daria Seu nome e faria com que fosse batizada no alto da Igreja da Penha. E é unicamente por este motivo, que hoje estou aqui, podendo escrever este texto, numa modestíssima homenagem à minha querida Nossa Senhora.

Mas não foi só desta vez que Ela intercedeu por nós! Acho que perdi a contagem do número de vezes em que Ela veio em socorro de minha família. De algumas vezes, ainda me lembro bem. Uma delas, foi quando, já adulta, passei por uma crise de cálculo renal e tive que ser internada, pois o cálculo estava parado no ureter, comprometendo um dos meus rins, que já estava avolumado. O médico queria me submeter a uma cirurgia e, naquele tempo, seria uma cirurgia tradicional. Eu lhe pedi que esperasse um pouco, porque eu iria tomar os meus remédios da Homeopatia. Ele concordou, deixando bem claro que não estava ciente desta última parte do meu pedido. Meus tios levaram os remédios para mim e eu os tomei como deveria e, dois dias depois, passando por uma ultrassonografia, ficou confirmado que não havia mais cálculo renal algum. Eu havia pedido à Nossa Senhora da Medalha Milagrosa que me livrasse da cirurgia.

Outra vez, foi quando minha bebezinha foi para a UTI Neonatal, com oito dias de nascida, num quadro de hiperbilirrubinemia, ou seja, altamente ictérica, hipoativa, desidratada e com um tumor vulvar. Isso, depois d’eu ter passado por quatro pediatras diferentes, sendo que o primeiro foi o da sala de parto e o último, aquele que acertou o diagnóstico, salvando sua vida e em quem confiei para cuidar de minha filha, daí por diante. Ela teve que passar por uma exanguineotransfusão, após dissecção de veia axilar direita, quando foram trocadas duas volemias. Houve ruptura espontânea da massa vulvar, o que poderia ter sido um cisto parauretral. Nem preciso dizer que, novamente, me agarrei à Nossa Senhora. Ela teve uma recuperação que surpreendeu a todos, no Hospital, sua alta também foi mais rápida do que outros casos idênticos e eu mandei celebrar uma missa, na Igreja de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Em nossa primeira visita ao Pediatra, ele me pediu que me sentasse e o ouvisse. Disse-me que queria o acompanhamento de uma Neuropediatra, pelo período de 1 ano, pois possivelmente minha filha teria sequelas, ficando com problemas do tipo neuropsicomotor, podendo até mesmo precisar de uma cadeira de rodas, porque a alta de bilirrubina prejudica a oxigenação do cérebro. Lembro-me bem de lhe ter perguntado se era certo que isso iria acontecer. E ele me deu a seguinte resposta: “Só se tiver havido uma conjuminância de todos os astros e todos os deuses naquele momento.” Ao que eu repliquei: “Pois eu tenho fé em Nossa Senhora, de que minha filha não terá nenhuma sequela.” Mas ele disse que deixaríamos para ver isso depois e que eu deveria ir logo à Neuropediatra, porque assim que ela percebesse algum sintoma, nós iríamos começar a fisioterapia. Com nove meses de acompanhamento, ele suspendeu as visitas à Neuro, dizendo que não havia nenhuma sequela. Mais uma graça e que tamanho de graça alcançada!

Poucos anos depois, o pai nos enfrentou judicialmente, requerendo, inclusive, a guarda de minha pequenina, alegando que eu não tinha condições morais, financeiras e nem emocionais para cuidar de minha filha. Foram anos de desgaste emocional e, aproximadamente, dezessete processos em Juízo. No último, eu fui a Autora. E saímos vitoriosos! Eu, minha família e todos que rezaram por mim. Minha filha cresceu ao meu lado e ele perdeu, até mesmo, o direito de visitação. Em minhas orações, eu dizia à Nossa Senhora que Ela era a minha Advogada e dizia a Deus Pai, que era o bem estar de nossa filha que estava em jogo, já que ela era Sua filha, antes de ser minha. E que eu poderia estar enganada na minha avaliação. Mas Ele não! Ele sabia bem quem era o pai e do que ele seria capaz. Esta graça, houve quem duvidasse que eu conseguiria. Mas Deus é maior que qualquer uma de nossas tribulações e Nossa Senhora a nossa maior Intercessora!

Neste dia, consagrado à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do nosso Brasil, quero apresentar-Lhe os nossos maiores agradecimentos e o reconhecimento de que sem Ela, quem irá interceder por nós? Na realidade, são tantos os seus nomes, mas só uma Nossa Senhora, só uma Mãe de Deus e nossa!! Muito obrigada, querida Mãe!!!

domingo, 9 de outubro de 2011

Saudades...


Saudades de certas professoras que eu tive

e que me despertaram o gosto por estudar a língua portuguesa.

Saudades da época em que eu saía da faculdade de letras

e, lá embaixo, estava o meu namorado para me buscar.

Saudades de todas as vezes em que ele aparecia, sem me avisar.

Saudades de quando meu professor de Penal me pedia para ajudar

a algum colega de classe, do contrário poderia perder o semestre.

Saudades da primeira turma que eu alfabetizei

de alunos que cursavam a 1ª série há anos e não conseguiam aprender.

Saudades de quando os acompanhei para a 2ª série,

mas tive que deixá-los, por causa de horário.

Saudades da última festa do Patrono da minha Escola,

por mim organizada e que fez chorar seus familiares.

Saudades de cada um de meus amores sazonais,

graças às diferenças individuais!

Saudades de quando eu era capaz de tocar ao piano,

Schumann e Chopin, com relativa facilidade.

Saudades de meus acordes ao violão,

enquanto cantava “O Caderno”, “João e Maria”

e outras canções de que gostava e escolhia.

Saudades de quando minha filha era bem pequena

e eu era “tudo” pra ela.

Saudades da casa em que ficávamos, em Penedo,

com sua piscina, suas árvores, suas flores

e, mais que tudo isso, de sua paz!

Saudades de cada uma das viagens que fiz,

no Brasil, ou no exterior,

do que aproveitei, do que apreciei e do que aprendi.

Saudades de pessoas especiais que saíram de minha vida,

ou por que se mudaram, ou por que foram levadas por Deus.

Saudades de cada vez em que voltei, com belos vestidos suados,

por ter dançado a noite toda, com o mesmo par, sem parar!

Saudades dos risos e das conversas em tom baixo, com as amigas.

Saudades do meu elegante uniforme de normalista,

cuja saia foi feita pelas habilidosas mãos de minha mãe,

com o tecido do lado do avesso, de outra saia já usada.

Saudades de minha meia-peruca

que me foi presenteada por minha prima Vilma.

Saudades dos milk-shakes do Bob’s, da Domingos Ferreira,

onde eu e amigas escolhíamos os sabores preferidos,

enquanto cantarolávamos músicas dos Beatles.

Saudades dos Natais em família, em casa de meus avós,

e de quando o Papai Noel chegava,

com aquele enorme saco em tecido vermelho

e cheio de presentes para nós.

Saudades de quando eu achava

que era tão fácil ir para o céu!

Saudades das férias que passei em Copacabana,

ou dos verões em Morro Azul, Lambari e Cachambu.

Saudades da inexperiência de vida daquele tempo,

e da alegria despreocupada e intensa de que podia desfrutar.

Saudades de poder escolher aonde ir,

em vez de ir onde a vida, ou as condições me impõem.

Saudades da vida que vivi e que não voltará nunca mais!

Maternidade


Nós mulheres, quando novinhas, temos tantos sonhos que queremos realizar mas, sem dúvida, o maior deles é a maternidade. Eu me lembro que costumava dizer que eu poderia ficar sem me casar, mas jamais sem filhos. Não foi bom dizer isso... parece que atraiu e acabei por jamais ter realizado o sonho de toda jovem que é aquele pomposo casamento na Igreja. Mas tive uma filha. Já falei aqui sobre a minha experiência, de juntar escovas de dentes e chinelos, e que não deu certo. Foi um relacionamento que começou, pelo menos de minha parte, com muita admiração, e acabei me apaixonando por um alguém errado. Até mesmo quando já estava certa disso, não conseguia por um ponto final na relação. Sempre que eu tentava, acabava sendo um ponto e vírgula. Entre idas e vindas, nos diversos pontos e vírgulas, foram mais de 15 anos. Como eu já sabia que era uma relação fadada ao término, eu deixei de lado a ideia de ser mãe e quase já havia me acostumado com isso. Planejar um filho, eu já não tinha mais coragem. Achava que colocar um serzinho indefeso, no mundo em que vivemos, seria uma temeridade. Mas, ainda assim, às vezes me batia aquela frustração de ser mulher e não gerar uma vida!! Lembro-me que estava em Minas, na casa de meus tios, e fazia dormir o filho caçula de uma de minhas primas, que sofria com cólicas. Ao embalá-lo, olhei para uma imagem de Nosso Senhor e lhe pedi, com toda minha alma, que se Ele tivesse me perdoado pelos graves erros que eu havia cometido pela vida afora, que me concedesse a graça de um dia ter, em meus braços, o meu próprio filho. E Ele me atendeu, de uma forma inusitada. Eu não planejei, até porque não havia escolhido aquele pai, mas o pai escolheu a mãe. Desta forma, quando achei que, finalmente, colocara um ponto final naquele relacionamento doentio e já morava sozinha, soube que estava grávida. Devo admitir que houve uma reviravolta em toda minha vida, mas que, apesar de tudo e de todos, eu resolvera levar adiante aquela gravidez. Talvez a última chance de um aparelho reprodutor que eu não sabia de quantos óvulos ainda dispunha. Preparei-me de todas as formas para ser mãe. Fiz curso de “Casais Grávidos” e um outro na Maternidade da Praça XV. Aprendi tudo o que era necessário para cuidar de um filho.Também quis preparar seu enxoval e, apesar de nunca ter tido habilidades manuais, fiz bicos de crochê em cueiros aflanelados que eu mesma cortava e embainhava. Preparava-me, tomando remédios da homeopatia para ficar calma e ter um bebê calmo; cheguei a me refugiar por um tempo, em Campos do Jordão; tocava violão e cantava para a minha menina. A essa altura, eu já sabia que era uma princesa que Deus estava me mandando. Tocar violão e cantar acabou por trazer-lhe o amor pela música. Ela veio a tocar violão, cantar e é muito afinadinha. Eu a gerei com o apoio financeiro do pai, mas foi com a sua ausência que eu via crescer meu bebê, em meu ventre, morando sozinha, num apartamento de três quartos, no mesmo Condomínio onde eu tinha vivido só e feliz, num espaçoso e gostoso sala/quarto, em outro bloco. Também havia trocado de médico, porque com a minha idade, a maioria queria que eu fizesse cesariana e eu queria parto normal. Enfim, nem a médica era a minha antiga e já amiga. Sentia-me muito só e por demais preocupada com as atitudes que o pai poderia adotar, após o nascimento da filha que ele já vinha rejeitando, porque não admitia não ter um filho homem. Seria seu primeiro filho e ele, que já tinha um sobrinho, não esperava por outro sexo que não o masculino. Por conta disso, ouvi muita bobagem, palavras insanas que se alojavam em minha memória e que, ao tentar esquecer, lá vinha ele com outro tanto de frases enlouquecidas. Mas eu estava feliz! Eu queria mesmo uma menina! Achava que não saberia criar um menino... e com a menina, pretendia repetir a história de amizade que sempre mantive com minha mãe. Naquele tempo, eu achava que um filho era o bastante. Hoje, penso que ter dois é o ideal. Enfim... Deus é quem toma a decisão final.

Sempre digo que minha filha deveria ter chegado com a primavera, a estação que eu mais gosto e considero a mais bela! Na verdade, a previsão era para que ela nascesse entre 22 de setembro e 02 de outubro. Mas ela, já mostrando ao que vinha, resolveu se antecipar e nasceu na primeira hora da madrugada de uma segunda-feira, logo no início de setembro. Entrei em trabalho de parto num domingo e, exatamente por isso, o pai estava em minha casa. Pode me levar à Casa de Saúde, junto com minha mãe, e chegou a assistir o parto. Quando tive alta, ele me levou para casa e me entregou à minha mãe que para lá, praticamente se mudou, para ajudar-me com minha filha. Essa atitude de minha mãe também é uma história. Infelizmente, aos oito dias de nascida, minha pequenininha deu entrada numa UTI Neonatal. Mas esta é, também, uma outra história, cheia de fatos e sofrimentos, que vou pular agora. O importante é que ela cresceu saudável, sempre bonita, muito inteligente, tendo tido o “insight” para ler, ainda na pré-escola. Estudou violão e línguas estrangeiras, entre outras coisas. Eu lia muitos livrinhos infantis para ela, com o objetivo de despertar o gosto pela leitura. Mas isso acabou despertando nela o gosto por redigir. Conserva suas características até os nossos dias e eu tenho muito que agradecer a Deus e à Nossa Senhora, principalmente, pela graça de ter tido meu próprio bebê em meus braços!!

sábado, 8 de outubro de 2011

Outro Presente


Como eu já comentei, aqui no divã, a vida nos dá verdadeiros presentes! São determinados relacionamentos que acontecem, quando menos se espera. Eu ganhei alguns presentes desses, durante a minha vida! Relacionamentos sazonais, ou como diz aquele texto que postei - “A Reason, a Season, or a Lifetime” – relacionamentos que acontecem “for a reason”, geralmente, uma bruta carência afetiva. A verdade é que, por uma razão, ou por uma estação, eles são muito bem-vindos, já que nos proporcionam um bem enorme, aliciando o ego, fazendo disparar a autoestima, trazendo-nos muita alegria e grandes momentos de inexplicável felicidade.

Ainda quando eu morava na Barra, resolvi ir até a praia numa tarde de sol. Eu não costumava ir à tarde, porque, geralmente, ventava demais, mas quis o acaso que nesta tarde eu fosse e, na travessia de balsa pelo canal, o que nos leva até bem próximo à praia, éramos só duas pessoas: eu e um homem parecendo mais velho que eu, e com todo jeito de estrangeiro, incluindo a pele muito clarinha. Lá chegando, me acomodei e percebi que o tal estrangeiro se acomodara bem próximo de mim. Já não me lembro bem por qual motivo, mas em algum momento nos falamos, acho que ele me perguntou pela hora. Disse que estava aguardando um amigo e que eram da Holanda. Falávamos em inglês e ele tinha uma conversa muito agradável. O tempo passou e chegou a hora de voltarmos ao Condomínio. A certa altura, nos despedimos, dizendo um ao outro, em que bloco morávamos, bem como o nº do apartamento. Cheguei em casa, tomei meu banho, enfim, voltei à vida normal. Já era noite, quando ele me ligou, pelo interfone, convidando-me a jantar e a conhecer seus dois outros amigos, incluindo o brasileiro que os hospedava. Tendo aceito o convite, lá fui eu até o outro bloco e fiquei conhecendo o brasileiro, morador do lugar, e o outro holandês que, afinal, não fora encontrar-se com o amigo na praia. Disse que havia deitado para descansar e acabara pegando num sono profundo, só acordando já com a sua volta. Confesso que não me lembro mais dos nomes, nem do brasileiro, a não ser o daquele que estava pronto para ser o meu presente: William. Embora seja esta a ortografia, a pronúncia é bem diferente da inglesa, ou americana. Segundo uma amiga, é um nome bastante comum na Holanda e o W tem som de V. Seria Vilam, a pronúncia, com a acentuação tônica no i. Bem, o William me chamou atenção assim que meus olhos o fitaram. Pareceu-me que era bem verdadeira a recíproca. O jantar foi algo muito simples, acompanhado de um vinho delicioso e de uma conversa infindável, com o meu mais recente presente. Notei que o outro se desconsertara um pouco. Acho que ele havia simpatizado comigo, sobre o que falamos tempos mais tarde, na ocasião em que decidimos que seríamos amigos. Tendo terminado o jantar, o brasileiro convidou-nos a sair para algum lugar, o que foi logo aceito pelo amigo, mas declinado pelo William que me convidou a ficar e a continuar com as nossas conversas. Bem, é lógico que eu aceitei. Assim, os outros dois saíram e nós ficamos conversando, bebericando vinho e ouvindo música. Fomos para a varanda, continuamos a nos conhecer e eu me lembro bem que só cheguei em casa, muito mais tarde, já de madrugada. Quando os outros dois chegaram, um deles, o holandês, foi bem de mansinho pela varanda, e chegou a nos flagrar, retornando ao seu quarto, como se nada tivesse testemunhado. Durante todo o tempo em que aqui ficaram, foi uma felicidade para mim. Ele dizia que veio ao Rio a trabalho, mas nunca deixou bem claro que trabalho era esse. Eu, de minha parte, estava mais preocupada em tê-lo como companhia, durante todo tempo livre que tivéssemos, já que eu trabalhava o dia todo. O fato é que foi um período de muitas alegrias! Ele era lindo! Tinha um corpo super bem cuidado e sua alimentação era muito rica: muitas frutas, proteína, café preto sem nenhum açúcar, são algumas coisas que ainda me lembro bem. Passamos a ficar mais em meu apartamento. Mas, chegou o dia em que ele retornou à Holanda. Eu sofri demais, nos dias que se seguiram. Minha amiga, aquela que queria saber com detalhes sobre o ator, ela ia para minha casa, para não me deixar só, mas a falta dele era algo imenso, doído e para o quê eu não encontrava remédio. Essa mesma amiga conhecia um brasileiro em Amsterdã. Não sei se ainda hoje é assim, mas naquela época, ele era dono de uma churrascaria naquela capital. E ela o fez de intermediário para a entrega de algumas coisas que eu vinha separando para o William. Lembro que era época de Copa do Mundo, e eu havia comprado uma camisa do Brasil, feita por uma conhecida, em edição muito limitada. Havia também uma fita cassete que eu mesma gravara com algumas de nossas músicas, ou porque ouvíamos juntos, ou porque eram de seu agrado, mas todas brasileiras. Havia, também, uma carta minha, onde eu depositava, em letras e frases, toda a minha saudade e o meu bem querer por ele. Continuei minha vida e meu trabalho. Mas, meses depois, qual não foi a minha surpresa quando, de repente, quem me fala ao interfone? O William. Ele estava de volta e eu já temia pelo sofrimento, quando ele se fosse, novamente. Mas isso seria mais tarde! Agora ele estava ali, bem pertinho de mim e dizia, com todas as letras, que precisava me ver. E houve um... recomeço? Uma continuação? Não sei bem como rotular o que se seguiu. Eu não me permitia mais que tudo fosse tão intenso, por causa do momento em que ele teria que dizer adeus. Eu continuava sem saber ao certo o que ele vinha fazer no Brasil. Também não poderia me enganar a ponto de achar que ele não teria ninguém, em seu país. Mas, a razão fica de lado, em ocasiões como esta. Mais um tempo de felicidade, muito riso, paixão, carinho... até que ele teve que voltar ao seu país. Desta vez, o sofrimento foi mais contido, controlado e eu precisava entender se era isso mesmo que eu queria levar adiante. Outros tantos meses se passaram e, num momento de intenso trabalho, em que eu participava de uma campanha importante, ele me ligou. Estava hospedado num dos hotéis da Barra e não mais na casa do amigo brasileiro. Iria ficar menos tempo, mas queria me ver. Bem, eu não sei como, mas encontrei palavras para dizer-lhe que não o veria mais. Que eu estava assoberbada de trabalho, que eu queria evitar mais sofrimento quando ele se fosse e, também, porque eu não me sentia segura sem saber sobre ele, algumas coisas de grande importância para mim. Não sei mais o que eu disse, mas sei que, a partir daí, nunca mais o vi, ou tive notícias suas.

É o que chamo de relacionamento sazonal. Num determinado momento, um dos dois entende que não é para continuar e que é hora de um ponto final. Mas, e o que ficou? E o que se viveu? E o que se foi feliz? É isso que vale a pena, quando a vida nos apresenta um desses presentes.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

MÚSICA


Nasce da alma.

Mistura harmoniosa de notas,

com seus tons e semitons.

Emoções colocadas na pauta.

Exposição do que vai no mais íntimo de quem compõe,

da forma mais bela e expressiva.

Quem ouve é, repentinamente, tocado.

Seus sentimentos afloram.

Sua energia é provocada.

Doces acordes se soltam e chegam aos nossos corações,

às nossas mentes.

Trazem lembranças

que nos fazem rir... ou chorar.

Vários ritmos, diversas cadências.

Há gosto para todo tipo de música.

Pode ser doce, melodiosa, quase um acalanto.

Pode ser vibrante,

Ou causar um verdadeiro frenesi.

Frenética, com seu som amplificado,

contagia o ouvinte que, parado, não consegue ficar.

Faz brotar o melhor de nós,

ou abrandar o pior.

Capaz de reunir muitos mil em uníssono,

a música é universal.

Transcende. Pode até ser divina!