Come in! You may stay with me!

É um prazer enorme ter alguém compartilhando do que penso e escrevo, como se estivesse, realmente, num "divan". A propósito, esta é a foto do divã usado por Freud, em seu trabalho de psicanálise. Ao deitar-se, sem se distrair com a presença visível do analista, o analisando tem uma experiência emocional diferente, concentrando-se muito mais profundamente.


Quem me seguir, me fará companhia! E é sempre bom ter alguém por perto...

Obrigada! Venha sempre que quiser. Ainda estou começando...

domingo, 9 de outubro de 2011

Maternidade


Nós mulheres, quando novinhas, temos tantos sonhos que queremos realizar mas, sem dúvida, o maior deles é a maternidade. Eu me lembro que costumava dizer que eu poderia ficar sem me casar, mas jamais sem filhos. Não foi bom dizer isso... parece que atraiu e acabei por jamais ter realizado o sonho de toda jovem que é aquele pomposo casamento na Igreja. Mas tive uma filha. Já falei aqui sobre a minha experiência, de juntar escovas de dentes e chinelos, e que não deu certo. Foi um relacionamento que começou, pelo menos de minha parte, com muita admiração, e acabei me apaixonando por um alguém errado. Até mesmo quando já estava certa disso, não conseguia por um ponto final na relação. Sempre que eu tentava, acabava sendo um ponto e vírgula. Entre idas e vindas, nos diversos pontos e vírgulas, foram mais de 15 anos. Como eu já sabia que era uma relação fadada ao término, eu deixei de lado a ideia de ser mãe e quase já havia me acostumado com isso. Planejar um filho, eu já não tinha mais coragem. Achava que colocar um serzinho indefeso, no mundo em que vivemos, seria uma temeridade. Mas, ainda assim, às vezes me batia aquela frustração de ser mulher e não gerar uma vida!! Lembro-me que estava em Minas, na casa de meus tios, e fazia dormir o filho caçula de uma de minhas primas, que sofria com cólicas. Ao embalá-lo, olhei para uma imagem de Nosso Senhor e lhe pedi, com toda minha alma, que se Ele tivesse me perdoado pelos graves erros que eu havia cometido pela vida afora, que me concedesse a graça de um dia ter, em meus braços, o meu próprio filho. E Ele me atendeu, de uma forma inusitada. Eu não planejei, até porque não havia escolhido aquele pai, mas o pai escolheu a mãe. Desta forma, quando achei que, finalmente, colocara um ponto final naquele relacionamento doentio e já morava sozinha, soube que estava grávida. Devo admitir que houve uma reviravolta em toda minha vida, mas que, apesar de tudo e de todos, eu resolvera levar adiante aquela gravidez. Talvez a última chance de um aparelho reprodutor que eu não sabia de quantos óvulos ainda dispunha. Preparei-me de todas as formas para ser mãe. Fiz curso de “Casais Grávidos” e um outro na Maternidade da Praça XV. Aprendi tudo o que era necessário para cuidar de um filho.Também quis preparar seu enxoval e, apesar de nunca ter tido habilidades manuais, fiz bicos de crochê em cueiros aflanelados que eu mesma cortava e embainhava. Preparava-me, tomando remédios da homeopatia para ficar calma e ter um bebê calmo; cheguei a me refugiar por um tempo, em Campos do Jordão; tocava violão e cantava para a minha menina. A essa altura, eu já sabia que era uma princesa que Deus estava me mandando. Tocar violão e cantar acabou por trazer-lhe o amor pela música. Ela veio a tocar violão, cantar e é muito afinadinha. Eu a gerei com o apoio financeiro do pai, mas foi com a sua ausência que eu via crescer meu bebê, em meu ventre, morando sozinha, num apartamento de três quartos, no mesmo Condomínio onde eu tinha vivido só e feliz, num espaçoso e gostoso sala/quarto, em outro bloco. Também havia trocado de médico, porque com a minha idade, a maioria queria que eu fizesse cesariana e eu queria parto normal. Enfim, nem a médica era a minha antiga e já amiga. Sentia-me muito só e por demais preocupada com as atitudes que o pai poderia adotar, após o nascimento da filha que ele já vinha rejeitando, porque não admitia não ter um filho homem. Seria seu primeiro filho e ele, que já tinha um sobrinho, não esperava por outro sexo que não o masculino. Por conta disso, ouvi muita bobagem, palavras insanas que se alojavam em minha memória e que, ao tentar esquecer, lá vinha ele com outro tanto de frases enlouquecidas. Mas eu estava feliz! Eu queria mesmo uma menina! Achava que não saberia criar um menino... e com a menina, pretendia repetir a história de amizade que sempre mantive com minha mãe. Naquele tempo, eu achava que um filho era o bastante. Hoje, penso que ter dois é o ideal. Enfim... Deus é quem toma a decisão final.

Sempre digo que minha filha deveria ter chegado com a primavera, a estação que eu mais gosto e considero a mais bela! Na verdade, a previsão era para que ela nascesse entre 22 de setembro e 02 de outubro. Mas ela, já mostrando ao que vinha, resolveu se antecipar e nasceu na primeira hora da madrugada de uma segunda-feira, logo no início de setembro. Entrei em trabalho de parto num domingo e, exatamente por isso, o pai estava em minha casa. Pode me levar à Casa de Saúde, junto com minha mãe, e chegou a assistir o parto. Quando tive alta, ele me levou para casa e me entregou à minha mãe que para lá, praticamente se mudou, para ajudar-me com minha filha. Essa atitude de minha mãe também é uma história. Infelizmente, aos oito dias de nascida, minha pequenininha deu entrada numa UTI Neonatal. Mas esta é, também, uma outra história, cheia de fatos e sofrimentos, que vou pular agora. O importante é que ela cresceu saudável, sempre bonita, muito inteligente, tendo tido o “insight” para ler, ainda na pré-escola. Estudou violão e línguas estrangeiras, entre outras coisas. Eu lia muitos livrinhos infantis para ela, com o objetivo de despertar o gosto pela leitura. Mas isso acabou despertando nela o gosto por redigir. Conserva suas características até os nossos dias e eu tenho muito que agradecer a Deus e à Nossa Senhora, principalmente, pela graça de ter tido meu próprio bebê em meus braços!!

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