Come in! You may stay with me!

É um prazer enorme ter alguém compartilhando do que penso e escrevo, como se estivesse, realmente, num "divan". A propósito, esta é a foto do divã usado por Freud, em seu trabalho de psicanálise. Ao deitar-se, sem se distrair com a presença visível do analista, o analisando tem uma experiência emocional diferente, concentrando-se muito mais profundamente.


Quem me seguir, me fará companhia! E é sempre bom ter alguém por perto...

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Só acho suportável viver quando estou amando." Roberto Freire


Eu também pensava assim, até bem pouco tempo. Meu combustível, no meu entender, sempre foi o amor. Tive alguns amores, todos muito marcantes. Há pouco tempo, minha vida passou por uma reviravolta, como se tivesse sido atingida por um tsunami. Ainda hoje, está tudo fora do lugar. Não havia mais condições de pensar num parceiro. Daí, com o passar dos dias, comecei a me questionar sobre a que tipo de amor Roberto Freire estaria se referindo. Há tantos amores, tantas formas de amar, tantos matizes... Estaria ele pensando naquele mesmo amor que eu pensava? O amor do par, o amor que nos pode levar a grandes e raros momentos de total felicidade, mas também, a terríveis e quase infindáveis horas de incomensuráveis dores. Seria este o tipo de amor que ele teria em mente? Eu soube que sim. O mesmo amor que eu achava necessário para conseguir sobreviver. E por conta disso, não admitia ficar só. Quando finalmente fiquei, porque fortes e, até então, desconhecidas preocupações ocuparam toda minha mente, minha razão e o meu dia-a-dia, neste momento me dei conta dos outros amores. O amor imenso que sinto por minha mãe já idosa, cansada, com a saúde abalada e tão dependente de mim e só de mim mesma; o amor “tão-grande-quanto” que foi gerado junto com minha filha e nunca mais se afasta, ainda que ela se vá, em busca de seu próprio mundo e de seus amores; o amor tão forte que sinto por certos familiares; o amor que me une a determinados amigos que são como irmãos para mim, que nunca os tive... sem mencionar o amor maior, o amor que dedico a Deus, nosso Pai que está no céu! Quem sabe amar, ama muitas pessoas... Para mim, foi muito bom descobrir que posso viver sem aquele amor a dois, já que, em compensação, há outros tantos que me levam a caminhar pela vida afora, achando suportável viver. No momento, não há lugar em minha vida para aquela forma de amar, para minha enorme surpresa, pois há muitas lembranças e elas são tão vívidas e tão agradáveis que conseguem me manter e me tocar adiante. Não quero dizer com isso que não me faz falta. A união, a cumplicidade, o toque, o passear de mãos dadas... Agora é hora de corrigir alguns erros! Mas confesso que não deixei de lado a idéia de vir a encontrar um amor de outono. Quem sabe, ainda um último amor?

2 comentários:

  1. Maria... Falando de amor, estou começando a me apaixonar pela a forma como vc expressa os seus pensamentos e sentimentos!rs Identifiquei-me muito com que já li aqui. Amo filosofar e encontrei um cantinho aqui no seu Divã.

    O amor está dentro de cada um... Quem o permite florescer é capaz de viver intensamente, amar profundamente... Pessoas, momentos, valorizar coisas simples da vida... Estar conectado com o momento presente. Todas essas formas de amor se complementam.

    Maria, as coisas não acontecem ao acaso... ;)

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  2. Obrigada, Raíza, pelo carinho e interesse demonstrados nesse e no outro comentário. Gosto muito quando se dão ao trabalho de fazer isso! Só assim eu posso ter noção do agrado, ou desagrado despertado pelos meus textos. É bom quando há uma empatia e o que está no texto é a exata expressão do sentimento de quem o está lendo. Mais uma vez, muito obrigada! Bjss!

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